'Sonho destroçado': brasileiros em Harvard temem por futuro nos EUA

“Não tenho plano B”, diz estudante brasileiro. Augusto* está no segundo ano do doutorado em Harvard. Ele esteve no campus de Cambridge hoje e contou que muitos jornalistas estavam no local. O clima era de apreensão nos corredores da instituição e em grupos de WhatsApp. “Eu entendo que se isso acontecer seria o fim da universidade como a gente conhece”, afirmou. Ele está otimista que a decisão será revogada na Justiça. “Eu acho pouco provável que isso aconteça. É um pensamento assustador, não tenho um plano B”, acrescentou.

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), que estudou em Harvard, classificou a decisão de Donald Trump como um “plano de vingança”. “Uma retaliação por Harvard ter se recusado a obedecer ordens absurdas: não aceitou apagar políticas de igualdade, nem submeter seu currículo, nem trocar sua liderança, nem silenciar o pensamento crítico”, afirmou a parlamentar brasileira.

Harvard processa governo Trump e tenta reverter proibição de estrangeiros

Decisão de Trump viola lei e direitos garantidos pela primeira emenda da Constituição dos EUA, diz Harvard. No pedido protocolado hoje, a instituição afirmou que tem direito de rejeitar as exigências que o governo tem feito. Segundo a universidade, os pedidos do republicano têm como intuito “controlar a governança, o currículo e a ‘ideologia’ de seus professores”.

Pedido da universidade é de que um juiz bloqueie imediatamente a ordem emitida ontem. A ordem do serviço de Segurança Nacional dos EUA determinava que a instituição fornecesse “todos os registros e arquivos de áudio e vídeo que envolvam atividades perigosas, ameaçadoras ou ilegais de estudantes estrangeiros matriculados nos últimos cinco anos”. Além disso, outra exigência da gestão do republicano era que Harvard entregasse todas as filmagens que envolvam protestos dos últimos cinco anos no campus de Cambridge.

“Harvard não é Harvard sem os seus alunos internacionais”, diz universidade. Um trecho do processo aberto pela instituição de ensino também justifica que a administração está tentando levantar as informações pedidas pelo governo sobre os alunos estrangeiros, mesmo com o tempo curto, de 10 dias úteis, que foi dado à instituição.

noticia por : UOL

25 de maio de 2025 13:36