Do lado da diplomacia brasileira, a esperança é de que haja uma relação de pragmatismo entre Trump e Lula. Insistentemente, a chancelaria lembra como o brasileiro conseguiu criar uma relação com George W. Bush, considerado como algo improvável.
De fato, a embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, já teve um primeiro contato com a equipe de Trump. Numa reunião com diversos embaixadores em dezembro, ela pode trocar algumas palavras com o futuro Conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz. Interlocutores indicaram que ela explicou ao enviado de Trump que o Brasil gostaria de conversar e abrir canais de diálogo.
Antes da eleição, uma equipe do Itamaraty também foi destacada para Washington para dialogar com a ala republicana e grupos conservadores dos EUA.
Após a eleição de Trump, tanto o Palácio do Planalto quanto a equipe do novo presidente chegaram a se falar para coordenar um telefonema entre Lula e o republicano. Mas a data oferecida pelo americano coincidia com o G20, presidido por Lula.
O fato de o futuro chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, ter passado cinco horas numa sabatina no Senado na semana passada e não ter citado uma só vez o Brasil foi considerado como um ponto positivo para a chancelaria brasileira. A esperança é de que isso signifique não o país não está no foco prioritário.
Mas, desta vez, há um elemento que não existia há 20 anos, com Bush: a extrema direita brasileira. Em Brasília, a ida de Eduardo Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e uma comitiva de parlamentares para os eventos da posse de Trump é um esforço para que possam se fortalecer no âmbito doméstico, já pensando nas eleições presidenciais de 2026.
noticia por : UOL