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O juiz Ivan Lúcio Amarante foi alvo da Operação Sisamnes, nesta quinta-feira (29)
DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTERMT
O juiz da Comarca de Vila Rica, Ivan Lúcio Amarante, que foi alvo da Operação Sisamnes, deflagrada na manhã desta quinta-feira (29), teria recebido em torno de R$ 1 milhão, em propina, do advogado Roberto Zampieri, em um suposto esquema de venda de sentenças.
A informação consta no voto do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, durante a sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o magistrado.
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Ivan Lúcio já estava afastado do cargo por determinação do CNJ. Na operação da PF, o Supremo Tribunal Federal (STF) expediu uma nova ordem judicial que mantém ele longe da magistratura.
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Durante o voto de Campbell, ele afirmou que Zampieri indicava os pedidos que deveriam ser ou não acolhidos e as teses jurídicas que deveriam ser adotadas pelo juiz.
O ministro revelou ainda que Ivan utilizou a esposa e ex-esposa para receber as propinas de Zampieri. Os valores foram repassados pelo advogado para contas de empresas de fachada, no ramo transporte que pertence às mulheres.
Entre setembro de 2023 e julho de 2024, a esposa do magistrado fez 43 transferências para ele, que somaram R$ 750,9 mil. Já entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023, a empresa JSA Logística e Transportes Ltda, ligada à ex-esposa de Amarante, movimentou R$ 208 mil em 10 repasses ao juiz.
“Como bem pontuou a autoridade policial, há inúmeras incongruências nas transferências realizadas: ausência de capacidade financeira da origem, que auferia apenas rendimentos modestos e não possuía qualquer empregado na empresa de transporte por ela constituída, havendo indícios de que se tratava de entidade de existência meramente formal”, disse Campbell em seu voto.
“Ao término da análise da movimentação bancária e fiscal de Ivan Lúcio Amarantes foi constatado o aporte sem aparente justificativa de ao menos R$ 1 milhão — podendo esse valor ser ainda maior, uma vez que os dados fiscais de Mara Patrícia Amarantes ainda não foram totalmente analisados pela autoridade policial”, acrescentou.
FONTE : ReporterMT