O selo Escarlate, que virou parte do grupo Companhia das Letras há cinco anos com a compra da editora Brinque-Book, está passando por uma ampla repaginação, mirando atrair um público ainda pouco atendido pelo mercado editorial como um todo.
O objetivo é se dirigir mais diretamente à faixa etária de 8 a 12 anos —chamada de “middle grade” no jargão do setor—, um intervalo em que os pequenos leitores já não se identificam com obras infantis e ainda não abraçaram as voltadas ao público jovem.
“Queríamos nos dedicar a ter um perfil que falasse com esses leitores”, diz Júlia Schwarcz, publisher responsável pela área de infantojuvenis. “Essa faixa tem muito potencial, porque tem bem menos coisas publicadas para ela em comparação com as outras.”
Alguns passos tomados no selo, antes mais pensado para livros de adoção escolar, são a reformulação do logo e da identidade visual e a inauguração de novos perfis nas redes sociais, dirigidos a pais e mediadores de leitura, mas numa linguagem que também fosse compreendida direto pelas crianças.
Falando de conteúdo, a Escarlate passa a lançar mais livros por ano —subindo de cerca de cinco para sete— e aglutinar obras que estavam em outros selos do grupo, como o popular “O Dia em que Minha Vida Mudou”, de Keka Reis, antes editada na Seguinte.
Mas há novidades entre junho e julho, como o inédito “O Ano em que Criei Meu Mundo do Zero”, de Janaina Tokitaka e Pedro Aguilera, e “Criaturas”, livro de Maria Camargo que se chamava “O Medo e o Mar” e foi rebatizado.
Para o segundo semestre, também vem um livro escrito pelo casal Paulo Scott e Morgana Kretzmann, “O Clube Verde e a Liga dos Solos”, na toada de trazer nomes importantes da literatura para o novo selo, onde já publicaram recentemente Martha Batalha e Reginaldo Prandi.
“Vamos continuar lançando livros mais voltados às escolas, mas a ideia é tentar ampliar o público leitor e renovar a estética das obras”, diz a editora Elisa Zanetti. “A meta é sempre a fruição literária.”
EDITOR AT LARGE O recém-lançado livro “O Primeiro Leitor”, de Luiz Schwarcz, já está acertado para ter sua primeira edição estrangeira. A americana Penguin Press, que já tinha traduzido seu “O Ar que me Falta”, fechou acordo para lançar uma versão adaptada da nova obra do fundador da Companhia das Letras, contendo só os capítulos ímpares, com ensaios sobre o ofício de editor, sem os perfis dedicados aos amigos de Schwarcz. O título deve ser algo na linha “On Book Publishing”, ou “sobre editar livros”.
UM GOLE SÓ A WMF Martins Fontes lança uma série chamada Cadernos Poente, voltada à literatura mais breve e enxuta. A estreia será em setembro com “Os Pêssegos e Outros Contos”, do poeta britânico Dylan Thomas, em tradução de Odorico Leal. A prosa de poetas será um dos filões da coleção, segundo Flávio Pinheiro, editor do selo Poente, mas “não o único”. “Há um campo fértil para livros de grande qualidade que podem ser lidos de uma só talagada.”
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A METAMORFOSE A FTD vai lançar no Brasil o livro “Hugo Sendo Hugo”, vencedor do prêmio italiano Andersen, dedicado à literatura infantil. Na obra, Sergio Olivotti e Giulia Pastorino contam a história de um menino que acorda cada dia desenhado de um jeito —rabiscado, tracejado, rococó— para simbolizar a constante mudança por que as crianças passam todos os dias. Sai no segundo semestre.
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noticia por : UOL