Mulheres marfinenses vítimas de mutilação genital, 'orgulhosas' após cirurgia reparadora

Sob um calor sufocante e com recursos limitado, a cirurgiã, sua assistente e um anestesista receberam Adèle, que chegou acompanhada de sua irmã mais nova e algumas primas. A equipe médica francesa realizou a reparação de seu clitóris e lábios genitais internos. 

Mãe de três filhos homens – de 22, 16 e 12 anos – e em processo de divórcio, ela conta que não tinha “realmente problemas, mas se sentia desconfortável com o olhar de seus parceiros”.

“Sentia prazer, mas era a forma como me olhavam. Não diziam nada, mas dava pra perceber que não estavam à vontade. Isso me incomodava. Quando via outra mulher, constatava que eu era diferente. Ao abrir as pernas, era tudo plano”, confessa, sem rodeios, esta parteira.

“Há muito tempo queria me submeter à reparação, mas não sabia a quem pedir. É uma cirurgia delicada, tem que ser bem feita”, conta, emocionada, depois da cirurgia.

“Ainda não vi o resultado. Mas estou orgulhosa de ter feito isso. Estou feliz”, repete sentada em uma grande sala onde outra mulher, de 31 anos, que prefere não dizer o seu nome, espera sua vez.

“Fui até Burkina Faso para operar, mas não foi possível. Fui mutilada por uma parteira quando tinha 6 anos. Isso me afeta em minhas relações e meu marido foi embora por causa disso”, relata a mulher de trinta e poucos anos, que afirma ter gastado 370.000 francos CFA (cerca de 3.544 reais) em uma cirurgia que não foi realizada. 

noticia por : UOL

16 de maio de 2025 10:49