Ainda há bastante resistência à lei aprovada há pouco mais de um ano, principalmente por parte do partido do novo chanceler Friedrich Merz, que tem viés conservador. Merz chegou a prometer reverter a legalização da maconha caso fosse eleito, algo que se torna agora mais difícil de cumprir, após a formação de uma aliança do novo chefe de governo alemão com a centro-esquerda para governar.
Aumento do consumo
A cidade de Stuttgart, localizada a 200 km de Frankfurt, é a que reuniu mais dados sobre o consumo da planta. O método utilizado para fazer o levantamento é bastante curioso: o Laboratório Central de Stuttgart coletou amostras dos esgotos para medir a concentração de carboxi-THC, que é o produto de decomposição do THC, a substância psicoativa da cannabis. O carboxi-THC é eliminado na urina e pode ser detectado por até três dias.
O resultado da medição foi um aumento global de 13% da presença da substância nas águas, o que não impressionou os pesquisadores, que consideram que o valor não chega a representar uma diferença relevante. Até porque os dados foram flutuantes, o consumo aumentou bastante no período imediatamente anterior à aprovação da lei, e foi caindo, por exemplo, durante o verão, antes de aumentar novamente no inverno.
Os estudos atuais apontam para uma possível sazonalidade no consumo da droga. Mas só uma medição de longo prazo poderia afirmar com certeza que o aumento significativo no uso é um padrão.
Outra avaliação é a do Instituto IFT de Pesquisa em Terapia de Munique, que afirma ter havido um claro aumento no consumo de maconha em 2024. Mas a entidade pondera que não é possível atribuir a constatação diretamente à legalização, já que o número de consumidores vem aumentando na Alemanha ano após ano há mais de uma década.
noticia por : UOL