O texto era, na verdade, uma manobra pública de questões que já haviam sido dirigidas ao papa na carta “Dubia”. O texto de julho de 2023 levantava cinco pontos de dúvida ou discordância enumerados por cinco cardeais conservadores liderados pelo americano Raymond Burke. Eles questionavam se casais do mesmo sexo podem ser abençoados, se a Igreja deve voz a todos os católicos em suas decisões e se mulheres poderiam ser padres, entre outros temas espinhosos. Francisco respondeu, ponto a ponto, cada uma das questões em setembro daquele ano.
Em 2019, ele criticou o que considera o uso “da Palavra de Deus para promover a migração”. Em artigo da revista Valeurs Actuelles, ele detonou padres e bispos que “dizem coisas vagas e imprecisas para escapar a toda crítica e se casam com a evolução estúpida do mundo”.
Todos os migrantes que chegam na Europa não têm um centavo, sem trabalho, sem dignidade. É isso o que a Igreja quer? A Igreja não pode cooperar com esta nova forma de escravidão que se tornou a migração em massa. Se o Ocidente continuar neste caminho fatal, há um grande risco de que, devido a uma falta de nascimentos, ele desaparecerá invadido por estrangeiros, como Roma foi invadida por bárbaros. Meu país é predominantemente muçulmano. Acho que sei de qual realidade estou falando. Cardeal Robert Sarah
Francisco fez repetidos apelos ao acolhimento humano de migrantes. No entanto, Sarah fez alertas ao que considera o “fanatismo” islâmico e classificou organizações terroristas que dizem professar a fé muçulmana —entre elas a Al-Qaeda, o Boko Haram e o Estado Islâmico— como “estas apocalípticas”, segundo a Catholic News Agency.
O que o nazifascismo e o comunismo eram no século 20, as ideologias ocidentais homossexuais e o fanatismo islâmico são hoje. Robert Sarah, em 2014, segundo o jornal The New York Times
Ele ainda diz que a Igreja não tem um “problema com homossexualidade” no seu clero. “Há um problema de pecados e infidelidade”, afirmou ao site Catholic Herald em 2019. “Não vamos perpetuar o vocabulário da ‘ideologia LGBT’. Homossexualidade não define a identidade das pessoas. Descreve certos atos perversos, pecaminosos e depravados. Para estes atos, como para outros pecados, os remédios são conhecidos. Devemos nos voltar a Cristo.” Ele também já condenou outros pontos do que considera “secularismo ocidental”, como aborto, pornografia e eutanásia.
noticia por : UOL