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A única desconfiança do chefe de cozinha era de que o filho do casal não era dele.
KARINE ARRUDA
DO REPÓRTERMT
O chefe de cozinha Cristian Albino Cebalho de Arruda, de 28 anos, se pronunciou pela primeira vez nesta terça-feira (15) após mais de um mês desde o assassinato cometido pela sua ex-esposa Nataly Helen Martins Pereira, 25, contra a adolescente grávida Emelly Beatriz Azevedo Sena, 16. Cristian contou que com todo o convívio que teve com Nataly, ela nunca aparentou ser uma pessoa perigosa, uma monstra, assassina.
“De verdade, eu convivi com ela e ela não aparentava ser uma assassina, uma monstra. Eu convivi com ela, ela era uma pessoa boa para todo mundo, uma pessoa brincalhona, um ser humano normal. Eu não entendo o porque ela fez isso. Eu me pergunto todo santo dia o porque a Nataly fez isso”, disse em entrevista exibida pelo Jornal MT1, da TV Centro América.
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Cristian, que chegou a ser preso suspeito de envolvimento no assassinato, mas foi liberado pouco depois, falou que nunca desconfiou da gravidez de Nataly, já que ele chegou a ver a ex-esposa passar mal algumas vezes e até sentiu a barriga dela mexer. A única desconfiança, segundo ele, era de que o filho que a companheira esperava não fosse dele.
“Eu nunca tive desconfiança da gravidez dela porque eu vi a barriga, eu vi a barriga mexer, eu vi ela passando mal, eu vi ela vomitando como uma outra grávida normal. A desconfiança que eu tinha é que a filha não seria a minha”, pontuou.
Conforme relatado pelo chefe de cozinha, ele só descobriu que a criança não pertencia a ele e a Nataly no Hospital Santa Helena, quando a polícia chegou ao local e prendeu a assassina. Na ocasião, Cristian estava no box com a filha e foi surpreendido pelos policiais, que pediram para que ele deixasse a criança com a equipe médica.
“Nisso que ela foi fumar um cigarro, a viatura prendeu ela e subiu aonde eu estava para me buscar. Eles abriram o box e pediram para eu deixar a criança com a enfermeira. Eu não sabia o que estava acontecendo. Então, eu peguei no braço do policial e falei: Doutor, me antecipa o que está acontecendo, por favor. Aí ele falou que a criança não era minha e nem da minha mulher. Aquilo foi um choque, eu não estava acreditando”, afirmou.
Cristian ainda acredita que a ex-esposa tenha cometido o crime sozinha, já que ela era bombeira civil e tinha conhecimento na área de enfermagem: “Ela tinha uma força brutal, então assim, respondendo por mim, eu acredito que ela fez isso sozinha”.
Relembre o caso
Emelly foi cruelmente assassinada no dia 12 de março em uma residência no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá. Ela saiu de casa para buscar doações de roupas para a filha, que estava prestes a nascer. Contudo, a adolescente não sabia que a suposta doação fazia parte do plano de Nataly, que já havia arquitetado o crime.
No dia em que a vítima foi dada como desaparecida, Nataly havia pedido para que Emelly a encontrasse em uma casa no referido bairro, local que era de propriedade do irmão da assassina, Cícero Martins Pereira. Na residência, Nataly enforcou e asfixiou a vítima, amarrou seus pés e mãos, rasgou a barriga da adolescente para facilitar o parto forçado e retirar a criança, e depois jogou a vítima em uma cova rasa, no quintal da casa.
Horas depois de cometer o crime, Nataly foi até o Hospital Santa Helena, onde encontrou com o até então marido para tentar registrar a bebê que acabava de roubar. Na unidade de saúde, a assassina alegou que havia tido um parto em casa. Porém, ela foi submetida a exames médicos, que constataram que ela não havia estado gestante recentemente. Com essa desconfiança, a equipe acionou a polícia, que foi até o hospital e encaminhou a assassina para a delegacia.
No dia seguinte ao desaparecimento, o corpo de Emelly foi localizado pela polícia. Minutos depois, Nataly, seu ex-esposo, seu irmão e o cunhado dela, Alédson Oliveira, foram presos, suspeitos de envolvimento no assassinato. Eles permaneceram na delegacia para serem ouvidos até a noite daquele dia, quando Nataly confessou ter cometido o crime sozinha, sem a ajuda de ninguém, fazendo com que os outros três fossem liberados.
Desde então, Nataly está presa em uma cela separada na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto, em Cuiabá.
Veja vídeo:
FONTE : ReporterMT