Na Câmara, porém, muitas das indicações aparecem apenas como “liderança”. No Senado, são listadas como se tivessem sido feitas pelos líderes dos partidos, como Omar Aziz (PSD-AM) e Eduardo Braga (MDB-AM).
Na Câmara, as indicações “de liderança” sob sigilo são dos seguintes partidos:
- PL (R$ 275 milhões)
- União Brasil (R$ 168,8 milhões)
- PP (R$ 157,1 milhões)
- PSDB (R$ 39, 8 milhões)
- PRD (R$ 35,6 milhões)
- Republicanos (R$ 24,7 milhões)
- Avante (R$ 23,7 milhões)
- PT (R$ 22,4 milhões)
- PCdoB (R$ 200 mil)
E no Senado:
- PSD (R$ 1,2 bilhão)
- MDB (R$ 412,9 milhões)
- União Brasil (R$ 96,6 milhões)
- Podemos (R$ 59,2 milhões)
- Republicanos (R$ 43,5 milhões)
- PDT (R$ 32,5 milhões)
No ano passado, foram empenhados (reservados para pagamento) R$ 11,7 bilhões em emendas de comissão. As atas aprovadas pelas comissões na semana passada identificam R$ 8 bilhões indicados pela Câmara e R$ 3,7 bilhões indicados pelo Senado.
Desses valores, R$ 7,4 bilhões foram pagos efetivamente no ano passado, mas o que faltou se transformou em “restos a pagar”, o que significa que deputados e senadores estão cobrando que sejam executados nesse ano.
O STF decidiu, porém, que os ministérios podem executar apenas emendas cujo apoiador (deputado ou senador) esteja identificado individualmente.
ONGs enxergam burla à decisão
Na sexta-feira passada, as ONGs Contas Abertas, Transparência Brasil e Transparência Internacional se manifestaram no STF sobre o uso do termo “liderança” para ocultar os verdadeiros beneficiários das emendas.
As entidades lembraram que o STF já se manifestou sobre a irregularidade de tentar transformar as emendas de comissão em “emendas de liderança”, manobra que o Congresso Nacional tenta fazer desde o final do ano passado.
Nas planilhas do Senado, os líderes como Eduardo Braga (MDB-AM), Weverton (PDT-MA), Omar Aziz (PSD-AM) e Efraim Filho (União-PB) fazem indicações para seus estados como “senadores”, mas também como “líderes” para unidades de federação diferentes das que representam.
O senador Omar Aziz, por exemplo, responde por R$ 1,3 bilhão das emendas de comissão, mas só R$ 45 milhões são para o Amazonas, seu estado. É o mesmo caso do senador Eduardo Braga, que aparece como padrinho de R$ 432 milhões, mas com só R$ 119 milhões para o Amazonas.
noticia por : UOL