Direita e esquerda 'se beijam na boca' para blindar corrupção, diz promotor

Hoje, 11 anos após o início da operação, ele mantém a avaliação de que a operação “foi um divisor de águas” no enfrentamento à corrupção, porque uniu várias instituições em um trabalho conjunto, e de que ela teve “muito mais acertos do que erros”, ao expor o esquema milionário das diretorias da Petrobras junto aos partidos políticos. Paradoxalmente, a Lava Jato teve seus instrumentos fragilizados pelo ex-presidente Bolsonaro e o combate à corrupção -que encabeçava as prioridades do brasileiro desde 2013- foi perdendo protagonismo na sociedade.

A Lava Jato teve uma intenção, de combater a corrupção de grosso calibre. A leitura que eu faço é que cometeu muito mais acertos do que erros, e quem deve fazer a apreciação de condutas do ponto de vista ético são os órgãos de controle, não sou eu.

O que se sabe com clareza é que o ex-presidente Jair Bolsonaro, com muita ênfase, disse em campanha que daria todo apoio ao trabalho da operação Lava Jato. E entrou para a história como presidente da República que desativou a Lava Jato.

Em entrevista ao UOL, Livianu diz que em 2025 todas as correntes políticas têm agido juntas para enfraquecer a transparência e o uso correto do dinheiro público no país, como no caso das emendas parlamentares.

Para o procurador, esquerda e direita “se beijam na boca” para sucatear o combate à corrupção, mencionando especificamente o projeto de resolução, aprovado no dia 13, que promete mais transparência para direcionar as emendas, mas dá brecha para esconder seus autores. O projeto foi aprovado por 361 votos a 33.

Bolsonaristas e petistas, além de outros grupos políticos, na hora que o tema é sucatear o combate à corrupção, eles se juntam. Não tem polarização. Eles se beijam na boca. Se juntam e se unem contra o combate à corrupção. Tudo isso representa uma grande aberração.

noticia por : UOL

18 de abril de 2025 20:59