Desde a vitória de Trump, a esperança do Brasil era não ser notado pelo presidente americano. A orientação no governo Lula era de que, por mais que houvesse uma diferença de posições em relação a quase todos os temas globais, uma crise não viria do Brasil.
Mas o inevitável acabou se confirmando, com a imposição de tarifas sobre um setor estratégico do país.
Os levantamentos confirmam que o setor afetado é fundamental na relação bilateral. “Os Estados Unidos são destino importante das exportações brasileiras dos setores de ferro e aço e alumínio. Em 2024, o Brasil vendeu US$ 11,4 bilhões no setor de ferro e aço para o mundo, sendo que 48,0% (US$ 5,7 bilhões) foram direcionadas para os Estados Unidos, e US$ 1,6 bilhão no setor de alumínio, sendo 16,8% (US$ 267,1 milhões) aos Estados Unidos”, disse um recente informe da Câmara de Comércio Brasil EUA.
“Investigações sobre ameaça à segurança nacional relacionadas às importações foram levadas a cabo no primeiro mandato do governo Trump para determinados produtos de aço e alumínio e resultaram em uma sobretaxa de 10% para alumínio e quota com limitação de exportação para o aço”, lembrou o documento. “O Brasil, um dos maiores fornecedores aos Estados Unidos, foi afetado principalmente em bens semimanufaturados de aço”, constatou.
Produtos semi-acabados de ferro ou aço ocupam o segundo lugar entre os itens mais exportados do Brasil para os EUA. Em 2024, o volume chegou a US$ 3,5 bilhões.
Brasil sinaliza que dará resposta
Dentro do governo brasileiro, a ordem é a de usar o “pragmatismo e serenidade” para dar uma resposta. O Itamaraty não quer escalar a crise. Mas tampouco ficará em silêncio.
noticia por : UOL