Gaza se tornou um aglomerado de escombros e sua reconstrução exigirá um grande esforço. O que está subentendido nos planos de Trump é que os EUA participarão desse esforço e Trump não quer colocar dinheiro do contribuinte norte-americano nisso. Ele fala em reunir ‘parceiros’; o grande construtor americano e o interesse imobiliário dos EUA estarão representados aí.
Trump fala em colocar os palestinos para fora e construir uma ‘Riviera do Oriente Médio’. Ele não está preocupado com a soberania de um futuro Estado palestino, com o direito internacional e nem dando a mínima para o apreço e ao direito histórico que os palestinos têm de continuar naquela faixa de território. Interessa a ele a reconstrução do ponto de vista econômico. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias citou matérias publicadas pela imprensa norte-americana que mostram os negócios mantidos por Trump em diversos países do Oriente Médio. Para o colunista, isso reforça que o interesse do republicano por Gaza tem apenas a intenção de reforçar seus próprios investimentos na região.
O [jornal] The New York Times apresenta uma reportagem muito detalhada com todos os interesses imobiliários e no setor de turismo que a família Trump cultiva no Oriente Médio. Há investimentos em Omã, Arábia Saudita, Dubai [Emirados Árabes Unidos], Qatar. Essa matéria mostra que Trump não é um ator isento.
Ele está pensando em primeiro lugar nos interesses empresariais da sua própria família e dos seus parceiros na economia americana. Não se pode olhar de forma inocente e ingênua para o que está acontecendo a partir das revelações dos planos de Trump sobre a Faixa de Gaza.
Há muitos interesses econômicos por trás disso e é preciso que eles venham à tona até para desmoralizar um pouco essa pretensão de Trump. Aqui, não há um interesse de Estado, mas uma combinação entre interesse econômico e familiar. Isso já está claro e ficará ainda mais se Trump insistir nesse caminho. Josias de Souza, colunista do UOL
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